Antes de mais, ciberespaço consiste no ambiente complexo, de valores e interesses, materializado numa área de responsabilidade coletiva, que resulta da interação entre pessoas, redes e sistemas de informação. Por seu turno, cibersegurança consiste no conjunto de medidas e ações de prevenção, monitorização, deteção, reação, análise e correção que visam manter o estado de segurança operativo e garantir a confidencialidade, integridade, disponibilidade e não repúdio da informação, das redes e sistemas de informação no referido ciberespaço. Por cibercrime entendem-se os factos correspondentes a crimes previstos na Lei do Cibercrime e ainda a outros ilícitos penais praticados com recurso a meios tecnológicos, nos quais estes meios sejam essenciais à prática do crime em apreço.
A Estratégia Nacional de Segurança do Ciberespaço 2019-2023 funda-se no compromisso de aprofundar a segurança das redes e sistemas de informação, como forma de garantir a proteção e defesa do ciberespaço de interesse nacional e potenciar uma utilização livre, segura e eficiente do mesmo por parte de todos os cidadãos, das empresas e das demais entidades públicas e privadas.
Contudo, os ciberataques têm vindo a crescer em número e sofisticação, atingindo todos os setores de atividade económica e a Administração Pública. Em 2021, Portugal ocupava a 31.ª posição num grupo de 101 países mais afetados por ataques ransomware (malware de sequestro de dados). Com efeito, tem-se observado um galopante crescimento nas tentativas de ataque com recurso a downloaders maliciosos.
Existe a suspeita de que, na sequência do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, os ciberataques a países da União Europeia (UE) sofram um acentuado aumento nos próximos tempos. A incerteza e o risco são fatores latentes e a ciberinsegurança é potenciada quanto menos esclarecidos forem os operadores no ciberespaço. Do cidadão comum ao empresário da área das tecnologias, a literacia digital (atualizada) é fundamental para a prevenção do risco.
Criada em 2015, a conferência (anual) C-DAYS tem como principal objetivo focar-se nas grandes temáticas que dizem respeito, direta ou indiretamente, à segurança do ciberespaço. O Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) assume aqui, por intermédio do evento, um papel fundamental na promoção de uma cultura centrada na ciberhigiene, sensibilizando e consciencializando o cidadão, seja no âmbito pessoal ou profissional.
Subordinada ao tema ‘Apostar na Prevenção’, tendo como principais parceiros a Universidade do Porto e a Câmara Municipal de Cascais, a 8ª edição da C-DAYS é o ponto de encontro de profissionais e amadores da área da cibersegurança que proporciona o ambiente ideal para a partilha de conhecimento, visões e práticas de cibersegurança. A conferência reúne esta ano mais de 40 oradores, nacionais e internacionais, de diferentes áreas (decisores, profissionais, académicos, estudantes e comunidade em geral) para discutir e promover a reflexão nestas matérias, com vista ao incremento do nível de maturidade de cibersegurança do ecossistema nacional. O evento é ministrado presencialmente nos próximos dias 7, 8 e 9 de junho, no Centro de Congressos do Estoril.
As inscrições e o programa completo estão disponíveis no site oficial da C-DAYS 2022.
Raquel Pimentel 